8.11.08

30ANOS-EM-30DIAS [0]: Feia e careca

Estou há exatamente um mês de completar três décadas de vida e, apesar dos vinte e poucos que me dão e dos vinte e poucos com os quais me sinto, não há como negar: vou fazer 30 anos!!!!!

Os fios brancos denunciam que não posso me dar ao luxo de querer que meus cabelos voltem ao tom preto natural, após alguns anos de ‘rebeldia vermelha intensa’. A pele tem perdido o brilho e a ‘cor de saúde’, me obrigando a usar o blush que antes apenas dava um charme ao conteúdo da necessaire. O corretivo, por sua vez, não tem mais a função de esconder espinhas: é necessário ao disfarce das olheiras, cada vez mais evidentes.

Mas não é só o espelho que me esbofeteia a cara pra dizer a idade que, de fato, eu tenho. São os convites mensais para os casamentos de amigos, são os álbuns de fotografias da família, são os emails de pessoas que trabalharam comigo em alguns dos meus vários ex-empregos ou que estudaram comigo em alguma das várias vezes em que eu tive vontade de começar algo do zero. São as músicas que ouço assim, de sopetão, e me causam arrepios nostálgicos e trazem o perfume de um momento que não volta mais. Sim, quem me joga na cara a idade que eu tenho, são as lembranças contidas nesse compartimento que não se esvazia nunca: a memória.

E é para tentar organizar esses zilhões de gigas ‘backupeados’ ao longo do tempo que resolvi escrever um post por dia, cada dia sobre um ano. No primeiro deles, obviamente, as memórias não são minhas: são relatos da minha mãe.

Tudo o que sei é que nasci no dia 7 de dezembro de 1978, numa quinta-feira, parto ‘fórceps’ – as contrações começaram às 4hs da madrugada, mas eu só saí às 13hs, puxada. Imagino que quando vi a tal luz devo ter dito 'Fechem a porra dessa janela e me deixem dormir!', virando-me para outro lado.

Achavam que eu seria um menino e me chamaria Vagner. Ok, decepcionei o meu pai, mas ainda assim ele queria me dar um nome: Luciana. Minha mãe havia comprado aquelas revistas com trocentos nomes sugeridos e estava decidida que eu me chamaria Magali. Minha avó materna chegou e disse: ‘O que vocês acham de Lucieide?’. Bem, Lucieide era uma garotinha de quem haviam sido vizinhas e da qual gostavam muito. Então foi assim: decidiram que eu teria o nome de uma pessoa querida! – desnecessário dizer que meu nome não constava daquela revista que passaram semanas folheando, né?

Minha mãe diz que eu era feia. Careca e feia. Mas esperta. Olhos vivos para acompanhar o fotógrafo de um lado para o outro quando ela resolveu fazer um álbum meu com apenas um mês de idade. Segundo ela, não engatinhei e demorei muito pra andar. Em compensação, aos 6 meses já balbuciava as primeiras palavras. Assim como a ‘Emília’ da música da Baby Consuelo (oooops, do Brasil!), devo ter tomado alguma pílula e ‘tagarelou, tagarelou a falar’.

Não tenho muitas fotos desse período. E nem muito o que dizer. Por isso parei por aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uau que post gostoso de ler.
E por favor, eu ainda te vejo com vinte e poucos e não acho que você esteja já com cabelos brancos ou olheiras tão profundas assim.
E só de imaginar que daqui a 3 anos também entrei na casa do inta, fico imaginando como o tempo passa rápido demais. E eu ainda me sinto uma adolescente tem horas, não amadureci tanto quanto deveria nesses 26 anos...rs...
Fico então, aguardando os posts diários, se bem que... já é dia 10 e eu não vi o do dia 8 e 9, kd???