12.10.08

Postando e andando

Embora cada vez mais eu me convença de que nem tudo o que eu penso ou sinto deva ser dito ou escrito, como agora, assim, no blog, ao alcance de todos, mais eu percebo o quanto o título escolhido para esse 'cantinho' é certeiro.

Sim, sou a mulher das necessidades: de falar, de gesticular, de contestar e discordar. É tudo mais forte que eu. E quando os sentimentos me atropelam e não posso manifestá-los nos formatos acima, então eu sento e escrevo. Ou caminho enquanto escrevo: posts rascunhados na mente.

Hoje, por exemplo, resolvi sair pela cidade, numa tentativa de fugir dos pensamentos que me assolavam. A intenção era ir à FNAC garantir meu ingresso para o Planeta Terra, mas ao sair da Estação Brigadeiro, tomei o rumo errado e fui parar no ITAÚ CULTURAL. Parei para ver a programação, mas já me senti aérea, com flashes de lembrança disparados por aquele hall. Atravessei a rua e peguei a programação do SESC, como se estivesse, de fato, disposta a assistir a alguma coisa.

Retomei o caminho inverso e cheguei à FNAC. Entre títulos de DVDs que já fizeram parte da (minha) história, comecei a ouvir, ali ao longe, a voz do Marcelo Camelo. Fui tomada por uma angústia que vinha acompanhada de certa náusea. Hora de zarpar.

Fui direto ao caixa perguntar sobre os ingressos, mas a bilheteria havia fechado 20 minutos antes. Ok. Saí de lá sem rumo, como tantas vezes já o fiz. Mas desta vez tudo parecia tão diferente!

Na 'esteira' das calçadas reformadas pelas quais eu caminhava, percebi que nos quadrados cabem três passos e nos retângulos, dois. Dois e meio, talvez. Eu é que não me cabia de vontade de que aquele percurso não tivesse fim. E assim, olhando pro chão, caminhei por toda a Paulista, abstendo-me de olhar para os arredores. Pois se antes era o centro histórico desta cidade que me transportava para um passado distante, agora era a famosa avenida que me trazia a um passado ainda presente.

Atravessei as ruas laterais ao MASP 'ouvindo' fogos de artifício e alcancei a
esquina da Pamplona curtindo a lembrança de um indie rock qualquer. Cheguei ao CONJUNTO NACIONAL, onde nenhuma das pessoas sentadas naqueles bancos estava à minha espera, assim como as que se encontravam à entrad
a do CENTER 3, para o qual me dirigi em seguida.

Terminei no BELAS ARTES, na (antes tão próxima)
Consolação. Não quis assistir a nenhum filme. Não quis ligar pra ninguém. Eu só queria estar comigo e esquecer que esta cidade existe! Mas ela insiste. Desisto.

Um comentário:

Anônimo disse...

não sei que mecanismo mágico faz com que os simples movimentos frontais de minhas pernas ativem minha mente de uma forma descontrolada... para mim andar é racionalizar, pensar, divagar....

(peraê, comecei a divagar sentado dessa vez e acho que isso vai virar um post, depois ve lá... rsrsrs)

saudades de vc, e agora da paulita tmb... te amo