E no meio daquela chuva de pensamentos, que vinham na velocidade e na forma de cometas, meio que presos uns nas caudas dos outros, eu permanecia imóvel: rosto pra cima e olhos bem abertos, em movimentos igualmente alucinantes. Polegar e dedo médio segurando o queixo, a ponta do indicador sobre os lábios entreabertos. “Ah, vai esse aqui!”, estiquei o braço e puxei um deles pela cauda.
Mas, em minhas mãos, aquele pensamento já não brilhava intermitentemente: agora oscilava, piscava, perdia forças. Eu tinha que agir rápido: sem instrumentos ou lugar apropriado. E no meio de tantas pessoas e vozes e sons. E carros. Muitos carros.
Agonizando, fez menção de que eu me aproximasse um pouquinho e sussurrou ao meu ouvido: amizade, contratos, relações. Seu último suspiro foi dado. Mas o post já estava desenhado na minha mente...
Mas, em minhas mãos, aquele pensamento já não brilhava intermitentemente: agora oscilava, piscava, perdia forças. Eu tinha que agir rápido: sem instrumentos ou lugar apropriado. E no meio de tantas pessoas e vozes e sons. E carros. Muitos carros.
Agonizando, fez menção de que eu me aproximasse um pouquinho e sussurrou ao meu ouvido: amizade, contratos, relações. Seu último suspiro foi dado. Mas o post já estava desenhado na minha mente...
Você já parou para pensar que toda e qualquer relação exige ou parte de um contrato, de um pedaço de papel respaldado na lei?
Não, não estou falando de relações comerciais, porque aí nem caberia a minha pergunta, uma vez que não sou lá muito fã de obviedades. Estou falando das relações afetivas mesmo.
A começar pela primeira: a relação entre pais e filhos. Pôxa, você mal chegou ao mundo e já foi “apossado”, de papel passado em cartório e tudo, pelos seus pais. Estes, por sua vez, se fizeram tudo como manda o figurino da famosa estilista Sociedade, também têm a posse um do outro registrada em cartório.
Entre irmãos, por exemplo, talvez não haja, assim, digamos, tanta burocracia. Mas pegue seus RGs e enfileire-os sobre a mesa, com as fotos voltadas para baixo. Viu? Muito provavelmente haverá dois nomes comuns a todos eles: os dos pais, aqueles que assinaram o contrato de posse lááááá no nascimento. Ah, vale lembrar que é nesse contrato também que constam os nomes dos avós, todos eles: maternos e paternos. Uma festa!
O seu tio talvez não precise assinar nada para ser seu tio, mas se sua mãe convidá-lo para ser seu padrinho, as coisas mudam. E se a tia malucona quiser bancar a responsável e levar os sobrinhos para viajar, também terá que assinar alguma coisa. Assim é a vida, assim são as leis das relações, certo? Errado! Ou você vai querer fugir à regra de que toda regra tem sua exceção?
Pense na sua melhor amizade. Não importa se vocês se conhecem há anos, há dias ou há apenas alguns minutos, e nem mesmo se a última vez em que se viram foi ontem, semana passada ou há meses. Vocês com certeza se lembram do primeiro contato e de todo o contexto da ocasião. Mas aposto algumas das minhas valiosas horas de sono (!) como não sabem dizer quando é que se tornaram amigos (as). Porque amizade é assim: surge do nada e de repente vira um tudo!
Não tem obrigações, formalidades, não necessita de lei. A gente é que às vezes queria que existisse uma, pra recorrer, pra protestar, quando sente que as coisas não vão bem...
Não, não estou falando de relações comerciais, porque aí nem caberia a minha pergunta, uma vez que não sou lá muito fã de obviedades. Estou falando das relações afetivas mesmo.
A começar pela primeira: a relação entre pais e filhos. Pôxa, você mal chegou ao mundo e já foi “apossado”, de papel passado em cartório e tudo, pelos seus pais. Estes, por sua vez, se fizeram tudo como manda o figurino da famosa estilista Sociedade, também têm a posse um do outro registrada em cartório.
Entre irmãos, por exemplo, talvez não haja, assim, digamos, tanta burocracia. Mas pegue seus RGs e enfileire-os sobre a mesa, com as fotos voltadas para baixo. Viu? Muito provavelmente haverá dois nomes comuns a todos eles: os dos pais, aqueles que assinaram o contrato de posse lááááá no nascimento. Ah, vale lembrar que é nesse contrato também que constam os nomes dos avós, todos eles: maternos e paternos. Uma festa!
O seu tio talvez não precise assinar nada para ser seu tio, mas se sua mãe convidá-lo para ser seu padrinho, as coisas mudam. E se a tia malucona quiser bancar a responsável e levar os sobrinhos para viajar, também terá que assinar alguma coisa. Assim é a vida, assim são as leis das relações, certo? Errado! Ou você vai querer fugir à regra de que toda regra tem sua exceção?
Pense na sua melhor amizade. Não importa se vocês se conhecem há anos, há dias ou há apenas alguns minutos, e nem mesmo se a última vez em que se viram foi ontem, semana passada ou há meses. Vocês com certeza se lembram do primeiro contato e de todo o contexto da ocasião. Mas aposto algumas das minhas valiosas horas de sono (!) como não sabem dizer quando é que se tornaram amigos (as). Porque amizade é assim: surge do nada e de repente vira um tudo!
Não tem obrigações, formalidades, não necessita de lei. A gente é que às vezes queria que existisse uma, pra recorrer, pra protestar, quando sente que as coisas não vão bem...
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