12.11.08

30ANOS-EM-30DIAS [4]: Uma coisa puxa a outra e outra...

(Só um parêntese: onde é que eu tava com a cabeça quando me lancei a esta idéia de escrever um post por dia até o meu aniversário?!?!?! Cara, que coisa chata! Ok, é uma delícia ficar puxando pela memória e ver fatos e 'epsódios' saltando à mente e trazendo sensações diversas! Mas transformar essas sensações em texto, quando vira obrigação, também vira um porre! Acho que vou deixar a tepeêmica escrever o resto dos posts...rs)

Aos quatro anos de idade eu era leitora de gibis, irmã coruja e odiava faz-de-conta.

Minha mãe conta que certa vez (nossa, acabo de me dar conta de que tenho mais memória das histórias contadas pela minha mãe do que dos fatos em si, rs) ela precisava ir ao açougue, a cerca de um quarteirão dali. Como minha irmã dormia, ela resolveu me deixar 'tomando conta' da Lu (eita irresponsabilidade!) e foi até lá fazer o que não levaria mais do que 10 ou 15 minutos. Mas o tempo fechou e um toró caiu sobre a cidade, repentinamente, com direito a raios e trovões, obrigando-a a voltar de lá
correndo, em meio à tempestade, enquanto, arrependida, pensava "Meu Deus, a Cieide deve estar desesperada!".

Ao chegar em casa, encharcada e ofegante, correu pro quarto e a cena que encontrou foi a de uma garotinha debruçada sobre um bebê de pouco mais de 1 ano, que sequer chorava, porque tinha seus olhos atentos para a historinha que a irmã mais velha lhe contava, protegendo-a do som dos trovões.

(...)

Era o meu pai quem me trazia os gibis. Turma da Mônica, preferencialmente (provavelmente porque eram os preferidos da minha mãe). Só que eu os lia de uma maneira muito particular, na vertical, o que provavelmente tirava o sentido de muitas das histórias que eu já havia lido. Mas numa dessas vezes a coisa deve ter ficado muito surreal, a ponto de eu ir até a minha mãe e admitir: "Não entendi essa história! Explica pra mim?". E como é conversando que a gente se entende, devo ter dito a ela como havia lido e neste dia aprendi que a leitura se dava na horizontal. Pobrezinha...

(...)

Quando não estava lendo, estava desenhando ou montando quebra-cabeças. Sim, fui uma criança estranha. Mesmo sem usar óculos, eu devia ter uma puta cara de nerd.

Não era muito de brincar de 'faz-de-conta'. Não gostava de fazer comidinha 'de mentirinha'. Pra mim as coisas tinham que ser reais. Nada de fingir tomar café naquelas xicarazinhas de plástico: eu enchia a paciência da minha mãe até que ela enchesse as xícaras com coca-cola!

(...)

Também foi nessa época que meu 'gosto peculiar' para me vestir começou a ficar aguçado. Então, todas as vezes em que saíamos para comprar roupas, era uma tortura para minha mãe.

Eu não queria os vestidos, nem os babados. E enquanto ela queria que eu comprasse uma jardineira 'meiga', eu quis a saia jeans com detalhes em couro vermelho. Enquanto ela queria que eu comprasse o conjunto com saia rodada, eu quis o de bermuda lá no meio da canela. Não que eu fizesse o estilo 'menino': eu só não queria era usar aqueles frufrus estilo 'boneca' que ela insistia em querer que eu fosse.

No casamento da prima dela, comprou-me um macacão azul marinho lindo! (exclamação que só faz sentido hoje), mas que eu simplesmente o-di-a-va. Ele tinha um monte de babados e laços, não era o tipo de roupa 'prática' que eu curtia usar. Mas enfim, naquele dia, ou eu o vestia, ou levaria uma surra. Porque ao casamento, teria que ir de qualquer jeito.

Infelizmente não temos essas fotos, que constam apenas do álbum da minha tia, mas em todas elas apareço emburrada, o que, aliás, não era nenhuma novidade: eu também odiava tirar fotos!
(Naquela foto com meu pai, por exemplo, eu havia 'fugido' enquanto ele chamava o fotógrafo. Então corri pro lugar errado, me vendo encurralada bem ali, diante da fonte da Praça da Sé. Ele então se aproveitou desse momento, o que justifica minha cara de choro).

Nossa, me lembrei de outra coisa: neste mesmo casamento, eu tava com meus dentes da frente 'amolecidos' porque no dia anterior, meu tio (aquele irmão mais novo do meu pai, citado no
post 1) havia me assustado colocando uma máscara de diabo (fantasia que ele usaria no Carnaval), pegando-me de surpresa e fazendo-me cair de boca nos degraus que levavam ao quarto. Cretino!

(...)

Embora não me lembre, sei que foi nessa época que fiz minha primeira viagem 'interestadual' (fomos ao Ceará). No entanto, isso me faz lembrar de outra viagem: uma excursão para São Roque, na qual acordamos por volta das 4hs da manhã para pegar o ônibus. E eu, mesmo sonolenta, carregava uma interrogação na testa: como era possível a gente ter dormido, mas acordado ainda 'de noite'?!?!?

Tenho uma vaga lembrança de barracas com garrafas penduradas por todos os lugares (ah, se fosse hoje! rs), além de ter voltado para casa com um carrinho de bonecas feito de palha. Lindo!

(...)

Se não me engano, também foi nesse ano que o Gugu estreiou seu 'Viva a Noite!' (Viva! Viva! Viva!) e também que surgiram os meninos do Menudo, e...

Ah, mas vou deixar isso pro outro post, ok? =)

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu, como vc consegue lembrar de tanta coisa?
Eu só lembro das coisas que quebrei... tipo, meu braço, minha perna... hehehehe
bjossssss
*esperando o próximo*