29.11.08

"Eu quero é viver em paz..."

Sábado à noite e eu aqui, organizando a caixa de emails. Ou melhor, fingindo organizá-los. Porque a maior parte destas últimas quatro horas e tantos minutos em que estive conectada, não cheguei a ir muito além de reler os emails antigos, nessa minha necessidade absurda de mergulhar em nostalgia à procura dos sentimentos perdidos.

Fuço orkuts alheios, 'scrapo' desejos de felicidades aos aniversariantes do dia, respondo aos recados dos poucos que me visitaram. E os deleto todos, voltando a me ver lá, na página, sozinha, no virtual reflexo da minha realidade: 'Nenhum recado seu' é o que digo aos visitantes, exibindo uma foto elogiada. E permaneço sem nenhuma notícia sua.

Dou uma olhadela nas twittadas dos últimos minutos e me descubro bodeada de tal ferramenta. Abro meu blog e vou aos links, à procura da leitura que irá me distrair por horas, minutos, que seja, desde que por esse mesmo instante de tempo eu possa me esquecer de que você existe. Nessa varredura, faço vista grossa para os nossos projetos abandonados. Resisto, juro que não 'clicko'.

Leio os textos de
Tati Bernardi e penso no quanto ela se expõe! E, como se meu pai pudesse ouvir esse meu monólogo interior, ouço sua voz me repreendendo com piada 'Macaco não vê o rabo mesmo!'. E assim vou eu, de blog em blog, chegando, novamente, em Para Francisco. Me entorpeço destas angústias e sofrimentos alheios e me questiono: vale mesmo à pena ter para depois perder? E eu mesma me respondo: haja dor-de-cotovelo por ter perdido quem você nunca teve, não é mesmo?

Com vergonha de mim, penso em abrir um word. Penso em rascunhar uma carta. Na verdade um cartão, aquele, ainda, que não foi entregue a você em data devida. Penso em eliminar esse 'pop up' que permanece piscando entre a gente e que muito me incomoda. O ano está acabando, meu aniversário está chegando e eu não quero esse tipo de pendência. Ando cansada de lacunas e, digamos, intolerável às reticências.

E eu não te liguei pra contar que fui àquela pré-estréia em que o Scandurra sorriu pra mim. E eu nem te disse que sambei a noite toda fingindo conhecer o que cantava Fabiana Cozza. E você não faz idéia da falta que eu senti da sua risada por lá. E eu nem sei o que fazer com o presente que eu te comprei. E que ainda está aqui. E que me faz ir à caixa de emails à procura de sentimentos perdidos: onde é que foi parar a minha espontaneidade?

3 comentários:

Anônimo disse...

PUTA MERDA Cieide
Tu escreve pra BARALHO!!! Adorei... embora triste, embora... cadê mesmo a espontanieide hein?
Procura aí, pq ela é demais viu?

Ah, mas hoje eu não vim pra isso.
Vim pra dizer a minha revisora... que FELIZ ANIVERSÁRIO!!!
Muito de tudibom pra você hoje e sempre!

Bjos,
Ly

Anônimo disse...

Este poderia ser um post meu. Entendo/compartilho cada vírgula clara e densa.

Anônimo disse...

Post perfeito! Um pouco melancólico exatamente da forma que me toca e que me vejo escrevendo às vezes. Primeira vez q venho aqui, mas já desejo q tenha tido oportunidade de entregar o presente e mais! de ter recebido um muito em troca. Daqueles que a gente guarda no coração.

Beijos.